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'Venom' apresenta anti-herói genérico e desnecessário sem Homem-Aranha
04/10/2018 07:54 em Cinema

Muita coisa indicava que “Venom”, filme que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (4), seria horroroso. Um trailer com falas duvidosas e efeitos questionáveis, a ausência do Homem-Aranha, maior inimigo do protagonista, e, por fim, a classificação indicativa para maiores de 14 anos, uma pista de que os miolos e vísceras tão apreciados pelo anti-herói não poderiam ser totalmente explorados.

Considerando que tudo isso é uma realidade, o público tem pelo menos uma boa notícia: o filme não é tão ruim. Mas também está longe de ser bom.

Sem o super-herói, que justifica toda a origem do personagem nos quadrinhos da Marvel, a nova versão nos cinemas não consegue passar do genérico, mas tem carisma suficiente – herdada principalmente de Tom Hardy (“Dunkirk”), no papel principal – para não ser terrível, apenas desnecessária.

 

Gosma do espaço sideral

Assim como nos quadrinhos, Venom é o resultado da união de um repórter fracassado, Eddie Brock, com uma gosma alienígena que dá poderes sobre-humanos a hospedeiros, necessários para a sua sobrevivência. As semelhanças terminam por aí.

Nas HQs, o alien – chamado de simbionte – chega à Terra trazida pelo Homem-Aranha, que pensa se tratar apenas de um uniforme especial cheio de habilidades. Depois de ter sua natureza descoberta e ser expulso, o extraterrestre ressentido encontra em Brock, outro desafeto do cabeça-de-teia, um par perfeito.

No entanto, por causa da parceria que permitiu que a Marvel produzisse “Homem-Aranha: De volta ao lar” (2017), o herói não poderia aparecer no filme de seu vilão, produzido pela Sony, a primeira tentativa de criar um universo integrado próprio com personagens do Aranha – sem o próprio Aranha. É complicado, mas ajuda a entender quão desnecessária é a existência de “Venom”.

 

Mas como o filme resolve a ausência do Homem-Aranha?

Mal. Há uma explicação pseudo-científica envolvida, na qual os simbiontes precisam de hospedeiros compatíveis para sobreviver. Por sorte, Eddie é perfeito para Venom, e os dois evoluem de parasitado e parasita a BFFs sem grandes explicações.

No começo, o alien quer a destruição da humanidade. Dez minutos depois, quer salvá-la. Ao público resta apenas balançar a cabeça e rir das interações entre os dois seres que dividem o mesmo corpo.

Estes pelo menos são os melhores momentos do filme, que aproveitam muito bem a simbiose entre esses dois perdedores, como os próprios se definem, mesmo que para quem nunca leu os quadrinhos a relação não faça muito sentido.

 

Eba, mais uma história de origem

Para piorar, esta é mais uma história de origem. Então os dois só se encontram depois de uns bons 30 minutos, e mesmo assim levam mais um tempo até ficarem confortáveis um com o outro.

Antes disso, “Venom” exagera em clichês, carrega nos diálogo batidos e joga mais pseudo-ciência sem sentido na cara do público através de personagens sem personalidade.

Michelle Williams (“O rei do show”) – atriz indicada a quatro Oscars que deve estar com aluguel atrasado, coitada – parece constrangida na maior parte das cenas.

 

 

O que está acontecendo?

Não é apenas o roteiro que deixa o público confuso. Os efeitos especiais usados na criação de Venom não parecem totalmente desenvolvidos e deixam a desejar nas cenas de ação.

Para amenizar esse problema de resolução, o diretor Ruben Fleischer (“Zumbilândia”) usa a velha técnica de câmera na mão no meio das batalhas, em uma tentativa de mascarar os defeitos evidentes da computação gráfica.

No entanto, a escolha de um vilão muito parecido ao próprio Venom resulta em lutas de gosma preta contra gosma cinza no meio de explosões e câmera tremendo e girando sem direção. Quem entender o que está acontecendo é o verdadeiro herói de “Venom”.

Uma pena, pois a cena pós-créditos dá um gostinho muito interessante do que pode acontecer na continuação, mas não dá para garantir que alguém ainda estará interessado.

 

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